O rio chega nos seus objetivos porque aprendeu a contornar seus obstáculos.
Ele não questiona a rocha que encontra em seu caminho, simplesmente encontra uma fenda, um desvio, e segue, paciente e insistentemente, esculpindo cânions com a persistência de suas águas.
Sua força não está na força bruta contra o intransponível, mas na flexibilidade inteligente de quem sabe que chegará ao mar não por uma linha reta, mas pela sabedoria de suas curvas.
Cada volta no seu curso não é um desvio do sonho, mas a estratégia mais sábia para alcançá-lo, provando que a persistência é a voz silenciosa que sussurra "continue" a cada nova barreira.
Da mesma forma, a semente que brota no asfalto não espera que o caminho fique fácil; ela se fortalece na pressão, usando cada rachadura como uma oportunidade para estender suas raízes e provar que a vida vence mesmo nos cenários mais hostis.
Sua jornada não é sobre evitar a escuridão da terra, mas sobre atravessá-la com a fé inabalável de que a luz do sol a espera do outro lado.
Ela entende que a resistência não é um destino, mas uma ferramenta que forja um caráter inquebrável, transformando dificuldades em degraus.
Assim como o bambu que enverga com o vento, mas não quebra, a verdadeira resistência está na capacidade de se adaptar sem perder a essência, de dobrar-se sem se romper, sabendo que a tempestade passa e a altura será retomada. A persistência, nesse contexto, é o ato de se reerguer após cada flexão, mais forte e mais enraizado do que antes. O maior triunfo, portanto, não é nunca cair, mas se levantar tantas vezes quantas forem necessárias, tal como o rio que, incansavelmente, lapida seus próprios limites até se encontrar com o oceano.

Obrigado Conceição.
Do seu filho que te ama!!